Durante muitos séculos, os moinhos de água ou de rodízio fizeram parte da paisagem rural e suburbana da área actual do concelho de Monchique, tendo sido presumivelmente aqui introduzidos pelo Romanos.
O aumento da cultura dos cereais por parte de pequenas comunidades rurais levou à crescente expansão dos moinhos de roda horizonta ou rodízio que se distinguem das azenhas a partir da posição dos eixos, que são verticais nos moinhos e horizontais nas azenhas.
No ano de 1938, foram colectados no concelho 25 moinhos ou azenhas.
Os últimos engenhos em actividade funcionaram até meados de década de 1980, altura em que existiam dois a trabalhar com motor a diesel.
Na ribeira do Barranco dos Pisões, que descia a serra a partir da Fóia, e que aqui ganhava o nome de Ribeira da Tinta Negra (devido à sua utilização pelos pisões), houve, até há poucos anos, vários moinhos de água de que ainda restam alguns edifícios.
O Moinho do Poucochinho, no Barranco dos Pisões, labora actualmente com objectivos puramente didácticos e de animação turística, com vista a recuperação museológica.
Ligados aos moinhos estavam os imprescindíveis moleiros e moleiras, figuras imbuídas de romantismo que, além de laborarem no engenho, tinham também a incumbência de procurar o grão junto dos produtores e de entregar a farinha.